Dez dicas matadoras para ganhar a eleição de vereador.

Discussão da candidatura a vereador, legislação, fisiologismo e redes sociais

15/05/2016 às 18:21

Resumo:


  • Para se eleger vereador, é importante definir claramente que tipo de candidato você é e por que acredita que pode ser eleito.

  • Construir um discurso alinhado com sua história política e conhecer as proposições dos vereadores da cidade são passos essenciais para uma campanha bem-sucedida.

  • É fundamental utilizar as redes sociais de forma estratégica, iniciar a campanha junto aos familiares e estabelecer metas de visitas para conquistar votos de forma ética e eficaz.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Defende o voto limpo, o uso das redes sociais de forma consciente e a legislação que permite a exposição da candidatura na fase que antecede ao calendário de campanha.

A eleição de vereador é uma das mais difíceis, pode acreditar. Primeiro que ela é resultado de vários fatores e alguns desses independem do número de votos que você tenha. Mas é possível vencer esse obstáculo e chegar lá.

Trabalhando com eleições há vários anos, chegamos a algumas conclusões sobre passos importantes que precisam ser dados para conquistar esse sonho que algumas pessoas têm. É possível ser eleito. E digo mais, o orçamento não é o mais importante.

1.  Primeiro é importante você se posicionar sobre que tipo de candidato é você. Ter em mente os motivos que levam você a acreditar que pode se eleger. Você é um líder nato? Você representa uma classe ou um movimento social? Para ganhar a eleição a dica número um é ter bem clara essa resposta. A partir dessa avaliação, que você mesmo pode fazer, traçará os seus objetivos e suas metas e a forma de ganhar a eleição. Um candidato ideológico, que tem liderança firmada num partido político onde constrói sua candidatura é diferente de um líder religioso, que é diferente de um empresário que representa uma entidade ou de um cidadão do povo que quer chegar no Legislativo Municipal, sem vínculos com entidades ou movimentos sociais.

2. Feito o diagnóstico do item 1, passe a construir o seu discurso. Esse discurso precisa estar em sintonia com a sua história política. Um discurso para uma candidatura com liderança numa entidade de classe, para um sindicato, para uma candidatura de um jovem político militante na universidade, não pode ser o mesmo de um empresário ou de um cidadão que resolve candidatar-se e filia-se a um partido político. Esse discurso você usará em todas as reuniões e encontros, adaptados ao público, mas deixando claro as metas do mandato e os propósitos da candidatura.

3. Nessa fase você não tem como trocar de partido, a escolha foi feita. Mas como filiado e pretenso candidato (ainda não existe candidatura), você pode acompanhar as coligações. Veja quem são os demais candidatos que integrarão a sua chapa, a sua nominata. Lembre que no Brasil a eleição se dá pelo sistema de legenda e quem vai te eleger é o número de votos da soma de todos os candidatos da legenda. Você precisa apenas estar entre os mais votados da coligação e precisa torcer para a coligação atingir o coeficiente eleitoral da sua cidade. Se a soma de todos os votos não atingir o coeficiente, você, nem ninguém de sua coligação, terão condições de ganhar uma vaga no Legislativo. Você sabe que pode ser o candidato mais votado da cidade e não eleger-se para a Câmara de Vereadores? O coeficiente é a soma de todos os votos dados a todos os vereadores, de todas as coligações, dividido pelo número de vagas na Câmara Municipal.

4. Atenção para as redes sociais. Essa é a primeira eleição em que as redes podem ser usadas na pré-campanha. Esteja treinado para usar suas redes e não desperdiçar uma oportunidade de ouro. Já lhe garanto uma coisa, poucos estão usando as redes como deveriam e poderiam. Busque um treinamento específico. As redes sociais vão decidir pelo menos 40% dos votos para as vagas no Poder Legislativo em 2016. A campanha nas redes é gratuita e tem um retorno totalmente garantido caso seja muito bem feita. Nas redes, lembre que você precisa falar sobre você e precisa ouvir, dialogar e conversar com o eleitor e com seus amigos.

Essa é a primeira eleição em que as redes podem ser usadas na pré-campanha. Esteja treinado para usar suas redes e não desperdiçar uma oportunidade de ouro.

5. O primeiro lugar que você deve fazer campanha é junto aos seus familiares. Ou seja, a campanha começa em casa. Discuta e ouça os familiares, amigos, vizinhos e pessoas que podem transformar-se em cabos eleitorais. As redes sociais podem ajudar nesse contato, mas nada, nada substitui o contato pessoal. Em todos os contatos a principal conversa deve ser a explicação sobre os motivos da candidatura.

6. Estudou o que faz um vereador, conheça as proposições dos vereadores da sua cidade. Veja o que você terá para discutir, apresente proposições aos eleitores. Lembre que há 20 anos, as campanhas eram feitas na base de promessas, mas hoje a maioria da população sabe o que faz um vereador. Buscar o eleitor com ilusões pode levar você a ouvir o que não quer.

7. Prepare-se para o fisiologismo, para os pedidos inusitados, desde o pagamento de uma conta de luz, até os pedidos de emprego e até de alimentos. Prepare-se também para as ofertas que são feitas em troca de doações e até do pagamento por votos. Esse é um caminho perigoso e sem volta. Se você aderir à compra de votos e a troca por empregos, sempre será dependente disso. E correrá riscos, pois comprar votos é crime. Essa política valia muito, mas hoje é uma realidade decrescente. Não direi a você que não existe, pois ela é mais comum do que imaginamos, mas se você é um político inexperiente, busque outras alternativas. O voto é secreto, quem lhe pede dinheiro, pede ao seu concorrente, pede ao partido e angaria muitos recursos ilicitamente nessa época do ano. A sugestão é: crie um discurso firme para afastar isso. Conquiste o voto com valores. O eleitor brasileiro está passando um momento de profunda transformação. A corrupção e o fisiologismo estão em discussão nas redes sociais e em todos os meios de comunicação. Há votos não fisiológicos e eles podem te eleger, vá atrás deles.

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8. Trace metas de visitas. Acho que hoje, se você pretende eleger-se, nessa reta final, deve marcar pelo menos dois encontros por dia. Visite amigos, parentes, peça a eles que reúnam vizinhos, marque pequenas reuniões, com 4, 8 e no máximo 10 pessoas. Procure grupos homogêneos e leve esse discurso que você preparou para eles. Antes dessa reunião converse muito com o anfitrião, diga o que você pretende. Nas reuniões não precisa ter distribuição de alimentos ou brindes, busque o diálogo, a troca de informações, ouça muito e fale também.

9. A campanha não pode redundar-se apenas em autopromoção. Essa regra vale para as redes sociais e para as reuniões e encontros do dia a dia. Gaste o tempo na seguinte proporção, 20% falando de você, convencendo que você tem condições e está preparado para representar aquele eleitor e os 80% restantes do tempo, são dedicados a ouvir. Interaja, pergunte, responda, dialogue, mostre ao eleitor que ele é importante.

10. Acredite em você, confie na vitória, tenha certeza e firmeza nas proposições. Envolva um grupo, crie um grupo, transforme seus eleitores em amigos. Para ganhar é preciso confiar em sua capacidade e confiar no eleitor. Se o seu vizinho diz que vota em você, não discorde, isso é fundamental. Gaste sola de sapatos, andar é fundamental. Para isso, cuide de sua saúde, de seu bem-estar físico e mental. O eleitor quer ouvir um candidato com discurso positivo. Por pior que esteja o país e a situação da cidade, transmita positividade. Dica importante, faça uma lista dos votos que serão seguros, comece com a sua casa, depois vá para os amigos mais envolvidos, tenha essa lista em mãos. Você pode, você consegue.

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Sobre o autor
José Souto Tostes

Advogado especializado em licitações, palestrante na área de direito público e eleitoral. Responsável por treinamentos de empresários e equipes que trabalham com licitações públicas em diversas empresas. Procurador Municipal por 11 anos.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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