VII – ATIVIDADES DA COMPANHIA DE 2001 A 2006
No mês de março de 2001, uma campanha foi enunciada pelo governo brasileiro no sentido de exonerar o então presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli. Estrategicamente Dilma Rousseff teria mandado Guido Mantega para convencer o Bradesco, principal sócio da Vale a acatar sua substituição. Em outra monta, o ministro Edson Lobão publicamente pressionava a Companhia a pagar cinco milhões de reais de royalties pela exploração do solo brasileiro.
Em 14/03/2001, o então presidente Roger direcionou uma missiva a Dilma Rousseff, na qual demonstrava sua preocupação de que a disputa de royalties estava envolvendo questionamento político e que estava acontecendo desvio de verbas na prefeitura de Parauapebas/PA. Porém, a Vale do Rio Doce já havia custeado 700 milhões ao referido município, no entanto, este não demonstrava nenhuma melhora, com o entorno da cidade cercado de favelas, bairros próximos ao centro com esgoto ao céu aberto e ruas sem asfaltos.
No ano de 2002, a Companhia Vale do Rio Doce comprou a FERTECO e em 2003 a CAEMI. Neste mesmo ano a Vale fez uma parceria com o SEBRAE, com o objetivo de qualificar em torno de 300 micros e pequenas empresas nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Esse investimento em programas especiais atingiu o valor de R$ 4,9 milhões.
Em 2005, a produção da Companhia em minério de ferro, somadas com a produção da SAMITRI e de todas as suas incorporadas, a contar do ano de 2000, foi acrescida de 255 milhões de toneladas, sendo 58 milhões destinados às siderurgias brasileiras e 197 milhões reservadas às exportações.
No ano de 2005, a Empresa Vale do Rio Doce S/A, na condição de principal fornecedora de serviços de logística no Brasil, responsável por 68% da mobilidade de cargas em ferrovias e 27% na mobilização portuária, movimentando em torno de 10,7 milhões de toneladas de soja em grãos, farelo de soja, açúcar, fertilizantes, além outros produtos. Ademais, nesse período foi considerada a principal empresa no transporte marítimo de cargas entre o Brasil e a Argentina. Também foi responsável pela grande movimentação, incluindo-se transporte ferroviário e serviços portuários, de 18% das exportações brasileiras de soja e por 9% da movimentação na importação de fertilizantes.
Nesse ano, a vale realizou investimentos necessários para a produção de cobre, na perspectiva de tornar-se, em pouco tempo, uma as maiores players mundiais desta commodity. Dentre outros investimentos da Companhia Vale do Rio Doce S/A é o incentivo à criação de novas siderúrgicas brasileiras, mediante a participação minoritária e o controle de uma das maiores estruturas de logísticas do Brasil, incluindo-se as ferrovias e navios. Ademais, a Empresa é possuidora de vários programas de proteção ambiental a exemplo da Reserva Natural Vale S/A, situada no Estado do Espírito Santo, com 23 mil hectares e protege a Floresta de Tabuleiro, uma das formações florestais sob ameaça do Bioma Mata Atlântica.
Em 2005, a Vale S/A fez um investimento de 1,8 bilhão de reais na sua infraestrutura de logística, adquirindo 5.414 vagões e 125 locomotivas, para serem utilizadas no transporte de seus produtos e de carga em geral para os clientes na Estrada de Ferro Carajás, Estrada de Ferro Vitória a Minas e Ferrovia Centro-Atlântico. Há, também, o Terminal Marítimo de Vila Velha no Estado do Espírito Santo, a Empresa Mineração Rio do Norte S/A, que controla a Estrada de Ferro Trombetas, uma ferrovia industrial. Adquiriu bem recente, a concessão para exploração da Ferrovia Norte-Sul, que se interliga com a Estrada de Ferro Carajás, com direção ao Centro-Oeste do Brasil.
Nessa atividade, a Vale S/A atua, também, através de hidrelétricas, gás natural e biodiesel, possuindo uma subsidiária nesse segmento, a Vale Soluções em Energia, atuando em sistema de potência, com destaque em motogeradores, gaseificadores e turbogeradores, contando com um centro de desenvolvimento de produtos montados em uma área de 100 mil metros quadrados, no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Ainda em 2005, a produtividade em minério de ferro da Vale S/A atingiu o recorde de 240,4 milhões de toneladas, 10,3 superior ao volume produzido em 2004. Entre os anos de 2001 e 2005, a produção foi acrescida da taxa média anual de 15%. Esse crescimento foi resultante da entrada em operacionalidade da mina de Fábrica Nova no Sistema Sul, ramp-up de Capão Xavier, expansão de capacidade de Carajás e ganhos de produção em quase todas as demais minas.
Em 2005, a produção de pelotas atingiu 36,376 milhões de toneladas, 2,2% superior ao volume do ano de 2004. Foram produzidas 22,8 milhões de toneladas de pelotas de alto-forno e 13,5 milhões de toneladas de pelotas de redução direta.
Em 2005, foi fechado o preço benchmark com a Nippon Steel, uma das maiores siderúrgicas da Ásia, com o crescimento de 71,5% para o sinter feed Carajás com relação ao preço de 2004, correspondendo ao maior reajuste da história. Enquanto que o preço FOB-Tubarão de pelotas foi acrescido para 86,67%, e para o minério de ferro granulado o aumento foi de 79%. As vendas de minério de ferro e pelotas atingiram o recorde em 2005, com 252.189 milhões de toneladas.
Em 2005, a produção da cadeia do alumínio atingiu 6,9 milhões de toneladas de bauxita, 2,6 milhões de toneladas de alumina e 496 mil toneladas de alumínio primário, níveis considerados recordes.
Em 2005, a Vale do Rio Doce S/A ingressou na sua atuação industrial de concentrado de cobre e já dispõe de 13 clientes, localizados em 11 diferentes países. Assim, foram iniciadas as obras da usina hidrometalúrgica de Carajás, com a capacidade de 10 mil toneladas anuais de cobre catodo. A usina foi construída junto à Mina do Sossego, com o esteio de testar a tecnologia da rota hidrometalúrgica para o processamento do minério de cobre, com o fim de processar futuramente o minério, que deverá ser produzido pelos depósitos do Salobo e Alemão. A Empresa atua, também, na recuperação de cobre em Sudbury e Voisey’s Bay no Canadá e no Chile, por meio da planta Três Valles. A produção de cloreto de potássio, matéria-prima da indústria de fertilizantes, atingiu 641 mil toneladas, outro recorde histórico, enquanto suas vendas atingiram 640 mil toneladas. Ademais, a produção total de Caulim, em 2005, atingiu 1.218 milhões de toneladas.
Quando da realização do ICEE/98 (International Conference on Engeneering Education), sediada no Estado do Rio de Janeiro em 1998, calculou-se que a Vale do Rio Doce S/A em suas reservas de minério de ferro, somente em Carajás, excluindo os outros minérios, poderiam durar 400 anos, com contínua extração aos níveis atuais. Assim, com a extração mantida aos níveis do ano de 2005, o diretor-presidente da Vale S/A, Roger Agnelli, estima que as reservas de minério de ferro totais da Companhia perdurem por 200 anos, enquanto que as reservas de ferro de Corumbá deverão durar 30 anos, e as de manganês 80 anos.
Em 2006, a Alunorte, quando inaugurada a sua parte operacional de seus módulos 4 e 5, ela se tornou a maior refinaria de alumina do mundo.
A Companhia fez uma associação com a Henan Longyu Energy Resouces Ltda, empresa chinesa e desta a Companhia possui 25% do seu capital, em associação com empresas chinesas. Em 2006, chegou ao terminal de Praia Mole, em Vitória, o primeiro carregamento de carvão antracito, de 40 mil toneladas e produzido pela Longyu. A Empresa comprou 25% do capital da Shandong Yankuang International Coking Co, associando-se com o Yankuang Group Co e Itochu Corporation, para a produção de coque metalúrgico.
Esse crescimento em lucratividade foi ocasionado pelo aumento de preço do minério de ferro, elevando-se 123,5% entre os anos de 2005 e 2006, ocasionados pelo aumento procurado do minério em todo o mundo, mormente na China, permitindo que a Companhia, que é depositária de reservas de minério de ferro do mundo, celebrar importantes investimentos e implementação de controles de gestão, tornando-se mais competitiva com o fim de atender as recentes necessidades chinesas e, destarte, a manutenção de sua posição de maior exportadora de minério de ferro do mundo.
No período de maio de 1997 a junho de 2007, o valor das ações da Petrobrás, não privatizada, cresceu 1200%, e o eu valor de mercado ultrapassou a marca dos cem milhões de dólares, ou seja, suas ações alcançaram o percentual de 50% a mais que as ações da Companhia Vale do Rio Doce.
Em 2006, a Companhia Vale do Rio Doce incorporou a INCO canadense, passando esse novo conglomerado (CVRD INCO) a se tornar a 31ª maior empresa do mundo, atingindo o valor de mercado em R$ 298 bilhões, ultrapassando a IBM e, em 8 de novembro de 2007, superou a Petrobrás em torno de R$ 8 bilhões.
Ainda em 2006, a Companhia comprou 100% das ações da CAEMI, sendo que esta detinha 85% das ações da MBR (Minerações Brasileiras Reunidas), empresa com sede em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, segunda maior produtora e exportadora de minério de ferro do país. Ao adquirir essas ações, a Companhia Vale do Rio Doce que já detinha 5% da MBR, passou a ser detentora de 90% das ações desta. Em outubro de 2006, a Companhia adquiriu a canadense INCO, com 75,66% das ações ordinárias, pelo valor de R$ 18 bilhões de dólares.
Na data de 24/10/2006, a Companhia Vale do Rio Doce, foi anunciada a incorporação da Mineradora canadense INCO, a maior mineradora de níquel do mundo, sendo esta efetivada no decorrer do ano de 2007. Com essa incorporação entre a Companhia Vale do Rio Doce e INCO, esse conglomerado passou a ser a 31º maior empresa do mundo, alcançando o valor de mercado de 298 bilhões de reais, ultrapassando a IBM.
VIII – MUDANÇA DA RAZÃO SOCIAL DA COMPANHIA
No dia 29/11/2007, a razão social da Companhia Vale do Rio Doce passou a ser tão somente Vale S/A, mas somente em 2008 a Companhia deixou de utilizar a sigla CVRD, passando a usar somente VALE, tornando-se a 33º maior empresa do mundo, segundo o jornal inglês Financial Times de 2008, e a maior do Brasil em volume de exportações, ultrapassando a Petrobrás.
Até o ano de 2007, a Companhia Vale S/A, é reconhecida como uma mineradora multinacional brasileira, uma das maiores operadoras de logística do Brasil. Uma das maiores empresas de mineração do mundo e maior produtora de minério de ferro, de pelotas e de níquel. A Companhia tem em sua produtividade, também, o manganês, ferroliga, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio. Quanto ao setor de energia elétrica, participa em consórcios, operando atualmente com nove usinas hidrelétricas no Brasil, no Canadá e na Indonésia.
IX – ATIVIDADES DA VALE S/A ENTRE 2007 E 2012
Em 2007, foi desenvolvida a mina de bauxita em Paragominas, no Estado do Pará, cuja produção foi iniciada no primeiro trimestre de 2007.
Em 2008, a Consultoria Economática estimou o seu valor no mercado em 196 bilhões de dólares, perdendo no Brasil somente para a Petrobrás, que atingiu o valor de 287 bilhões de dólares, estando no patamar das dez maiores empresas da América Latina.
Ademais, a Empresa labuta em 14 estados brasileiros e nos cinco continentes, possuindo em torno de dois mil quilômetros de malha ferroviária e nove terminais portuários seus.
Em 22/05/2009, a mudança da razão social foi legalmente decidida para Vale S/A.
No ano de 2009, deu-se a criação do Instituto Tecnológico da Vale S/A (ITV), uma instituição de ensino e pesquisa da empresa, com o intuito de criar alternativas de futuro, através de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico. A Empresa já possui duas unidades, uma em Belém do Pará, com ênfase em Desenvolvimento Sustentável e a outra em Ouro Preto, focalizando a Mineração.
Em 2009, a Vale S/A comprou a produção de carvão térmico e passou a exportar ativos da Colômbia de Cemento Argos S/A, com um acordo de 305 milhões de dólares.
Hoje, a Vale S/A é uma empresa privada, de capital aberto, sediada no Estado do Rio de Janeiro, com ações negociáveis na Bolsa de Valores de São Paulo (BM & BOVESPA), de Paris (NYSE EURONEXT), de Madrid (LATIBEX, de Nova York (NISE), integrando o Dow Jones Sector Titans Composite Index, de Hong Kong (HKEx).
No ano de 2010, a Companhia adquiriu no segmento de fertilizantes, através da sua subsidiária Mineração Naque S/A, as ações de propriedade da MOSAIC (The Mosaic Company), da FERTIFOS (Fertifos Administração e Participações S/A) e da FOSFERTIL (Fertilizantes Fosfatados S/A), inclusive de 100% do capital da BPI (Bunge Participações e Investimentos S/A). Nesse mesmo investimento a Companhia também comprou uma planta de processamento localizada em Cubatão, no Estado de São Paulo, com a capacidade para produzir 300.000 toneladas métricas por ano de superfosfato simples.
Em maio de 2011, o presidente da Companhia Roger Agnelli foi exonerado, com apoio do BNDES e da PREVI, que juntos detinham 60,5% das ações da Vale do Rio Doce, sendo substituído por Murilo Ferreira que, em seus 6 anos no comando da Companhia vez um excelente trabalho.
Na data de 28 de julho de 2011, a Vale S/A divulgou o lucro líquido de mais ou menos de 6 e meio bilhões de dólares no segundo trimestre de 2011.
Em 2011, a Vale S/A proclamou a conclusão da negociação com a Norsk Hydro ASA, para a transferência de todas as suas participações na Albrás – Alumínio Brasileiro S/A, Alunorte (Alumina do Norte do Brasil S/A) e a Companhia de Alumina do Pará. A Empresa criou, também, a empresa Mineração Paragominas S/A, transferindo a mina de bauxita de Paragominas e de todos os seus direitos minerários de bauxita do Brasil. Assim, a Vale S/A vendeu 60% da Paragominas a Hydro e os outros 40% para serem vendidos até o ano de 2015.
Em 2011, a Vale S/A passou a administrar o depósito de Moatize em Moçambique, estimando ser possivel produzir 14 milhões de toneladas de produtos de carvão metalúrgico. Ademais, pesquisa, ainda, o depósito de carvão subterrâneo Belvedere, em Queensland, na Austrália, com reservas calculadas em 2,7 bilhões de toneladas.
Em 2012, a Fundação Vale S/A, que foi criada em 1968, com o esteio de criar a habitação dos funcionários da Companhia, foi diversificada e ampliada do seu objetivo de trabalho. A referida fundação passou a focalizar diretamente no desenvolvimento dos locais onde a Companhia atua, procurando melhorar a qualidade de vida das comunidades, através de investimentos sociais, preferentemente, pelo intermédio de parcerias.