A crise internacional e seu reflexo no mercado interno brasileiro

16/04/2015 às 17:13
Leia nesta página:

Um breve relato sobre os efeitos da crise econômica mundial na economia brasileira, e os modos de como a combater.

A Crise Internacional e Seu Reflexo no Mercado Interno Brasileiro

           Por meio deste artigo, procura-se demonstrar como se desenrolou a crise econômica mundial e seus reflexos no mercado interno brasileiro, através da linha de estudos do Mercado de Comodites, da crise energética e,  por fim, sua ótica do ponto de vista jurídico, levando em consideração a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Topico 1. Introdução

Após mais de 7 anos que a crise econômica mundial varreu os mercados globais, e atingiu praticamente todos os países do globo sem distinção, seus efeitos parecem finalmente terem chegado na América Latina e mais específicamente no mercado interno brasileiro.

            Mas como essa crise demorou tanto tempo para se alastrar? Por que demorou tanto tempo para chegar ao território nacional?

            Essas e outras questões demasiadamente importantes pretendem ser respondidas pelo presente artigo.

            Sim, é evidente que a crise econômica de proporções mundiais, que primeiramente se instaurou nos Estados Unidos, posteriormente se alastrou para o continente europeu e afetou todo o globo, atinge claramente a vida de todos os consumidores do planeta, seja de forma direta ou indireta.

            A crise teve seu epicentro localizado na bolha imobiliária, onde as casas dadas como garantias aos agentes financeiros passaram rapidamente a ter um valor muito menor e, devido a baixa procura, os preços caíram tanto que não mais interessava aos bancos executar as hipotecas.

Tópico 2. Mercado de Comodites

            Essa crise pode aparentar ser imobiliária, mas,  na verdade, o que ela fez teve consequência muito mais sérias e abrangentes. Com as instituições financieras sem conseguir executar suas dívidas, logo elas tiveram dificuldade para se manter, e por isso os bancos começaram a quebrar. Contudo, o aspecto mais devastador, foi o de que toda a liquidez mundial foi simplesmente sulgada do dia para a noite.

            Com os bancos sem caixa, as os consumidores individados, de repente a liquidez some de todo o mundo, o que acarretou numa maior deficuldados dos paises com altas taxas de endividamente de continuarem financiando suas dividas. Então claramente paises com altas taxas em ralação a seus PIBs como Grecia e Portugal por exemplo, começaram a enfrentar serios problemas de fianciamentos.

            Quando um pais fica sem fianciamento e com pouco caixa, devida a baixa liquidez mundial, ele se defronta com uma realidade onde precisa desesperadamente cortar custos, e isso claramente se abate entre as populções mais carentes, que necessitam de progrmas sociais.

            Mais adiante, o consumo cai, e então todas as cadeias produtivas e consumeristas passam a serem fortemente afetadas. Portanto, a crise passa a fetar todos os consumidores.

            Sua demora para chegar até aqui, fica evidente do ponto de vista financeiro, pois a economia brasileira foi considerada saudável pelas princiapais agências reguladoras, e ainda pelas agências classicafdoras de riscos, mas o que efetivamente levou com que a crise econômica global aportasse nas terras brasileiras?

            A resposta vem principalmente do mercado conhecido como ‘Mercado de Comodites’.

             O que é esse mercado?

            Um ‘Mercado de Comodites’, significa o lugar onde as comodites são negociadas no âmbito global, e onde o seus preçõs são definidos, não por um agente ou Estado, mas sim pelo quilibrio de oferta e procura em escala global.

            Deste modo o ‘Mercado de Comodites’ influencia enormemente a economia brasileira, pois se trata na verdade do mercado onde são negociados os itens básicos e matérias primas, como o minério de ferro extraido pela grande Vale Do Rio Doce, como o mervado de energia elétrica, onde Itaipu (Binacional) exporta mais da metade da energia do Paraguai, o mercado de Petroleo, comandado em monopólio estatal no país por ninguém menos do que a Petrobras, até pouco tempo a maior empresa do país.

            Soma-se a esse complexo mercado a agropecuária, pois nele entra todos os produtos manufaturados, como a soja brasileira, o café, o açucar, e todas as outras culturas extensivas, ainda somadas a criação de bovinos, ouvinos e aves.

            Nota-se cristalinamente que o mercado brasileiro esta fortemente atrelado ao ‘Mercado de Comodites’, e sua variações podem influenciar a economia nacional como um todo, e com uma força extremamente grande.

            Acontece que durante o epicentro da crise mundial de 2008, o mercado de comodites não foi exageradamente afetado.

            Mas porque?

            Por um simples e gritante motivo. A China!

            A China está se tornando no maior mercado consumidor e importador mundial, ultrapassando os Estados Unidos, e isso influenciou o ‘Mercado de Comodites’.

            Mas como? Seria a grande dúvida levantada no momemnto, uma vez que foi defendido já neste mesmo artigo que o ‘Mercado de Comodites’, não pode ser influenciado por um unico país, e nem mesmo por uma das maiores economias mundiais.

            O problema central nesta questão, foi o de que a China estava passando por um gigantesco processo de urbanização, algo sem precedentes até então em toda a história da humanidade, o que desbalanceou em certo ponto o mercado.

            A China começou seu processo de urbanização, e simplesmente 400 milhões de pessoas sairam do campo e foram morar nas cidades. Esse número do ano de 2008 equivale a população total de dois países como o Brasil.

            Onde essas pessoas iriam morar? O que iriam comer? ( Apenas 7% do território chines é arável), o qe iriam consumir? Como iriam se locomover? Quem seria capaz de lhes fornecer energia elétrica?

            Subitamente a China virou seus olhos ao Brasil, e começou a importar toneladas de matérias primas para a construção de suas cidades. Importava insumos para poder construir hidrelétricas capazes de gerar energia para toda essa nova população urbana (A Usina de Três Gargantas supera em tamanho a Usina Binacional de Itaipu, e para sua contrução foram removidos mais de 1 milhão de pessoas).

            A China precisava de matéria prima para as novas moradias, para as novas fábricas, para os novos produtos e consumidores, não obstante continuou a crescer a taxas gritantes de 10% ao ano em plena crise mundial, o que lhe valeu o apelido no âmbito mundial de ‘nova locomotiva mundial’, substituindo os Estados Unidos.

            O país que mais se beneficiou desse ‘boom’, de crescimento chinês foi o Brasil.

            O país ainda foi o responsável em fornecer alimento para esse novo contingente que abandonava o campo e deixava sua economia de subsistencia para trás.

            Em resumo, o Brasil sofreu seu próprio ‘boom’ de crescimento apenas pegando uma ‘carona’ no crescimento chinês. E foi isso em grande parte que proporcionou, junto ao Plano Real que havia estabilizado e economia anos antes, os programas de tranferência de renda implemantados pelo então presidente da Repíblica, Luiz Inácio Lula da Silva.

            Esse modelo de valorização do ‘Mercado de Comodites’, durou vários anos, e ‘blindou’ o Brasil contra a crise internacional.

Tópico 3. Lei de Diretrizes Orçamentárias

            Porém, esse modelo se esgotou, ele chegou ao fim, e a economia chinesa reduziu seu crescimento, e consequentemente reduziu sua demanda pelas matérias primas, o que tirou a blindagem brasileira.

            O governo brasileiro detectou esse esgotamento, e iniciou uma campanha para reativar o consumo interno e ajudar a sustentar a demanda por matéria primas, mas esse novo ‘submodelo’, já nasceu com um potencial muito pequeno.

           Aqui entra a falta de respeito a legislação vigente acerca do assunto, que nada mais é do que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a qual, diga-se de passagem, se não houvesse sido atropelada, teria grande chance, na época, de evitar que o Brasil entrasse efetivamente na armadilha de baixo crescimento e alta inflação.

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            O Estado diminuiu a carga tributátia para incentivar o consumo, e aumentou os gastos públicos, gerando uma sensação de que o ‘boom’ do Mercado de Comodites poderia continuar para sempre, mas logo provou-se errado.

            As contas públicas foram duramente prejudicadas, e agora com um necessário ajuste fiscal, o consumo das família foi fortemente afetado, frando a economia como um todo.

            As projeções de crescimento são negativas para 2015, e praticamente nulas para o ano de 2016, o que assustou os mercados nacionais, e geraram mais um freada, agora por sua vez nos investimentos das empresas.

Tópico 4. Crise Energética

           Poucos anos atrás, o Brasil era visto com uma possivel 'Potência Energética', devido a suas políticas e tecnologias desenvolvidas nos biocombustives, bem como a seu enorme potencial hidrico, e ainda por sua posição vantajosa no globo em relação aos outros países, pois recebe muito mais luz solar.

          Contudo, o país parece não ter aproveitado todas essas vantagens competitivas, e simplesmente deixou passar um grande oportunidade de se firmar como uma grande Potência Energética, a qual poderia lucrar muito e se desenvolver abastacendo um parte consideravel do planeta em energia.

          Diga-se de passagem, que o Brasil seria a primeira potência deste tipo, utilizando uma maioria de energia renovável, o que seria um feito sem precedentes.

          Nesse sentido, para ilustrar melhor o cenário, segue um trecho retirado de um artigo sobre o assunto de autoria do colunista Marcos Ttoyjo, na edição do dia 17 de abril de 2015 no jornal Folha de São Paulo:

''No auge da 'brasilmania', há apenas cinco anos, o país era visto como candidato a superpotência energética. Entusiasmo compreensivel. Tesouros do pré-sal prenunciavam o Brasil extraindo 6 milhões de barris/dia em 2022. Saltaríamos da decima terceira posição para a quarta posição entre os maiores produtores de petróleo.

Ricas reservas de água convidam a hidroeletrecidade. Pioneiro na energia alternativa, particularmente o biocombustível, o país conta motores flex em 8 de cada 10 automóveis. Imenso patrimônio eólico e fotovoltaico.

Hoje o desmpenho energético brasileiro decepciona. Como em tantas pontas da vida nacional, o problema não é potencial - mas gestão e estratégia.

Na última década, o país teve toda a condição de robustecer sua infraestrutura energética. O vento de expansão da demanda global por commodites soprava a favor. Também na energia, o Brasil não aproveitou 'bons tempos para implementar boas práticas'.

Critérios sazonais sempre afetam a todos. Deve haver, contudo, clara divisão entre metereologia, administração 'política' e segurança energética.''

          Tópico 5. Conclusão

            Existe saida?

            Sim!

            O governo precisa urgentemente equilibrar suas contas públicas, e garantir um mínimo Superavit Primario e devolver a credibilidade ao mercado, que aos poucos irá absorver essas discrepâncias e retornar ao normal.

            Esse caminho é doloroso, e passa por medidas impopulares, mas infelizmente o governo federal não tem outra opção. Ele sabe que se não o fizer agora, o ajuste fiscal necessário no futuro será ainda maior e mais doloroso, pricipalmente para as família mais carentes.

            Do ponto de vista energético, as chuvas de fevereiro e março fizeram sua parte, e ajudaram a atenuar o risco de racionamento de energia, mas cabe ao governo elaborar medidas de incentivo ao baixo consumo e a economia, tanto de energia como de água, e investir maciçamente em formar convencionais e alternativas de geração de energia elétrica.

           Por fim, quanto ao Mercado de Comodites, existe muito pouco o que pode ser feito, além de 'torcer' para uma recuperação do crescimento chinês, mas cabe ao governo federal criar medidas que baixem os custos de produção nacionais, e ajudem as empresas brasileiras a serem mais competitivas na âmbito internacional.

            Não existe uma fórmula mágica, mas sim várias fórmulas, ou medidas como as citadas acima, que se usadas de maniera correta, e em conjunto, poderão, a médio prazo retiar o Brasil do caminho da crise, e recoloca-lo novamante no caminho do crescimento economico sustentável.

Tópico 6. Bibliografia

Referência Bibliográficas:

Garcia, Manuel E, Vasconcelos, Marco Antonio S. Fundamentos da Economia, Quinta Edição, 2014, Editora Saraiva

Marcos Troyjo, na coluna, Superpotência Energética, publicado na edição do dia de 17 de abril do ano de 2015, no jornal Folha de São Paulo

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