Como na abertura, o encerramento foi fenomenal. Antes de começar os Jogos, pelo mal-estar político, social e econômico que atravessa o Brasil, os Jogos foram condenados, repudiados. Antes disso, alguns brasileiros cometeram cyberbullying contra a judoca Rafaela Santos, que quase desistiu dos Jogos. A judoca, negra, comprovou que cor ou etnia não ditam superioridade ou inferioridade. Os neonazistas que cometeram o cyberbullying ficaram com cara de tacho que nem Hitler.
Narcisistas, frustrados, enfim, toda má sorte foi, pelos que sempre acham que o Brasil é um esterco, foi lançada. Algo de ruim teria que acontecer para demonstrar, pelo complexo de inferioridade, que os brasileiros não sabem fazer nada. Concordo que o dinheiro gasto nos Jogos poderia ser direcionado para saúde, educação, segurança. Contudo, na época, quando o Brasil foi sorteado para sediar os Jogos Olímpicos, a economia suportava tal evento. Infelizmente, mídias marrons fizeram de tudo para inflamar ódios, algo que vem acontecendo desde de que foram aplicadas várias ações afirmativas. Os ódios étnicos e regionais começaram, a internet serviu como expurgo neonazista.
Pensavam-se, até então, que a internet era campo livre para transtornos de personalidade — DSM-V, seção II: Grupo A – Transtornos de Personalidade Paranoide, Esquizoide e Esquizotípica; Grupo B –Transtornos de Personalidade Antissocial, Borderline, Histriônica e Narcisista; e Grupo C – Transtornos de Personalidade Esquiva, Dependente e Obsessivo-Compulsiva. Não digo, claro, generalizado, pois a liberdade de expressão, na democracia, é essência para o desenvolvimento dos valores humanísticos. O problema está na forma como a liberdade de expressão é exercida. Discordar de algum assunto é salutar, o que não é saudável é o ataque, quando se é contrariado, sádico: desqualificar, menosprezar, ridicularizar, rebaixar, o tipo de profissão, de atividade, de localidade, de etnia, de morfologia, de gênero, de sexualidade. Enfim, atentar contra a dignidade humana.
Poucas medalhas, mas com sacrifícios. Os desafios dos esportes, as imagens de solidariedade, com toda certeza, inspiraram crianças e adolescentes para seguirem um caminho, a cidadania. Presenciei em redes sociais discursos de menosprezos aos atletas, de que eles usam somente o corpo, não a mente. São, assim considerados pelos "superiores", oportunistas que usam o capitalismo burro para se darem bem na vida, já que não possuem "capacidades intelectuais" para vencer na vida. Vejamos, Quase metade dos bilionários brasileiros não tem diploma universitário, o que contradiz o discurso dos "superiores". Não basta ser campeão Olímpico, tem que ter diploma universitário também retira o estigma de que "atleta não tem cérebro".
O Brasil deve aproveitar essa sensação de alegria, de conquista e aplicar na política. A garra, a perseverança, o querer, de um Brasil justo, solidário, igualitário, humanístico. É possível quando há união, comprometimento com o pacto social, este consubstanciado aos direitos humanos.
Avante, Brasil! Não seja pessimista, lute pelos ideais. Filhos forte não fogem, enfrentam os desafios de cabeça erguida. Que o sol da liberdade adentre em todos os lares, que o sonho intenso de amor e de esperança não fique apenas no Hino. Que a "Paz no futuro" não seja uma ideia, um esperar que algo divino, ou extraterrestre, venha para produzir paz entre todos os brasileiros. O começar por hoje é a certeza de que o dia seguinte será melhor.
FIAT LUX!
REFERÊNCIA:
SENRA, Ricardo - BBC Brasil. 'Impotentes e frustrados' são os mais agressivos na internet, diz psicóloga. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150831_salasocial_agressividade_internet_rs