Capa da publicação Efeminofobia e homofobia: misoginia milenar
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Discutindo sobre a efeminofobia

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11/03/2018 às 12:40
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[1]Cf. PROUT, Ryan. Fear and Gendering: Pedophobia, Effeminophobia and Hypermasculine desire in the work of Juan Goytisolo. EUA: Latin American and Iberian literature, 2010.

[2]SEDGWICK, Eve Kosofsky. How to bring your kids up gay. Duke Univerty Press. Disponível em <http://faculty.law.miami.edu/mcoombs/documents/sedgwick_GayKids.pdf>. Acessado em 01 jan 2017.

[3]Sobre a questão da misoginia, não obsta ressaltar a obra de Adaid, a qual aborda de forma lúcida o fenômeno da misoginia na Idade Antiga: “O que deve ficar claro a respeito da sexualidade entre os gregos e romanos é a profunda aversão ao feminino. É evidente que sempre houve casais heterossexuais apaixonados, a mitologia guarda inúmeros exemplos de envolvimentos assim, talvez o mais ilustre deles seja a disputa pela mão de Helena, que desembocou na Guerra de Tróia. Contudo,  quase todos os relatos, mesmo os mais apaixonados, demonstram a fragilidade e a submissão da mulher em relação ao seu marido. Mesmo nesse exemplo, Helena é tratada como um objeto a ser disputado. Assim, o pensamento misógino é influenciado pelo culto ao Falo. Ele, ao contrário do que parece, não representa simplesmente a negação e dominação da mulher, mas de todo aspecto feminino. Seja como for, as práticas homossexuais na antiguidade não excluem, em absoluto, a possibilidade de serem consideradas precursoras do pensamento homofóbico. Ora, mas como uma relação homossexual pode ser considerada anti-homossexual? Por mais contraditório que possa parecer, o comportamento homossexual floresceu entre os clássicos, como uma vertente do pensamento misógino. Ou seja, os antigos desprezavam tanto a figura feminina que passaram a se inclinar mais para a figura masculina. Entretanto, essa inclinação era meramente uma forma de autoafirmação. Esse patológico culto fálico em detrimento da submissão feminina encontrará seu apogeu no período medieval, quando as mulheres de fato sentirão seu lúgubre fardo”. Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013, p. 70.

[4] Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[5] Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[6] Cf. ADAID, Felipe. Homossexualidade e homofobia: conceitos ou preconceitos? Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 25, p. 101, 2016.

[7]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[8]Cf. PROUT, Ryan. Fear and Gendering: Pedophobia, Effeminophobia and Hypermasculine desire in the work of Juan Goytisolo. EUA: Latin American and Iberian literature, 2010.

[9]Na mesma perspectiva comenta Sedgwick, em seu artigo How to bring your kids up gay: Indeed, the official gay movement has never been quick to attend to issues concerning effeminate boys. A more understandable reason than effeminophobia, however, is the conceptual need of the gay movement to interrupt a long tradition of viewing gender and sexuality as continuous and collapsible categories – a tradition of assuming that anyone, male or female, who desires a man must by definition be feminine; and that anyone, male or female, who desires a woman must by the same token be masculine. Cf. SEDGWICK, Eve Kosofsky. How to bring your kids up gay. Duke Univerty Press. Disponível em <http://faculty.law.miami.edu/mcoombs/documents/sedgwick_GayKids.pdf>. Acessado em 01 jan 2017.

[10]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[11]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[12]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013, p. 250.

[13]“Assim, as deusas da Pré-história perderam o seu espaço e registro, quando o homem descobriu o seu papel sexual. Após a instalação do patriarcado, há certa de cinco mil anos, a mulher adquiriu status de mercadoria: podia ser comprada, vendida ou trocada. Passou a ser considera inferior ao homem e, por conseguinte, subordinada a sua dominação”. Cf. EISLER, Riane. O prazer sagrado: sexo, mito e política do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1996, p. 40.

[14]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[15]Cf. ADAID, Felipe. Homofobia e Misoginia na pré-história. Revista Ártemis, v. 21, n. 1, p. 27, 2016.

[16]Cf. LINS, Regina Navarro. O livro do Amor I: Pré-história à Renascença. Rio de Janeiro: Bestseller, 2013, p. 24.

[17]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[18]Cf. RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação: as minorias na Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.

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[19]Cf. TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Record, 2000.

[20]ADAID, Felipe. Brasil e as veredas da homofobia: genealogia da violência e falocentrismo. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 26, n 1, p. 41, 2016.

[21]Cf. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. São Paulo: Graal, 2006, p. 30.

[22]Mas a pílula não favoreceu somente às mulheres. O fato de o sexo se dissociar da procriação fez com que as práticas heterossexuais e homossexuais se aproximassem. A homossexualidade, representante máxima dessa dissociação, onde é possível atingir um alto nível de prazer sem a menor possibilidade de procriação, é beneficiada socialmente. Cf. LINS, Regina Navarro. O livro do Amor II: Iluminismo à atualidade. Rio de Janeiro: Bestseller, 2013, p. 270.

[23]Cf. LINS, Regina Navarro. O livro do Amor II: Iluminismo à atualidade. Rio de Janeiro: Bestseller, 2013, p. 292.

[24]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013.

[25]Dever, provar, provocações, estas palavras dizem que há uma tarefa real a cumprir para tornar-se homem. A virilidade não é dada de saída. Deve ser construída, fabricada. O homem é, portanto, uma espécie de artefato e, como tal, corre sempre o risco de apresentar defeito. A masculinidade não é uma essência, mas uma ideologia que tende a justificar a dominação masculine.” Cf. BADINTER, Elizabeth. XY: Sobre a Identidade Masculina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, p. 4.

 

[26]Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Trabalho de Conclusão de Curso. PUC Campinas, Campinas, 2013, p. 301.

[27]EISLER, Riane. O prazer sagrado: sexo, mito e política do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.

[28] “Como são espécies todos esses pequenos perversos que os psiquiatras do século XIX entomologizaram atribuindo-lhes estranhos nomes de batismo: há os exibicionistas de Laségue, os fetichistas de Binet, os zoófilos e zooerastas de Kraff-Ebing, os automonossexualistas de Rohleder; haverá os mixoscopófilos, os ginecomastos, os presbiófilos, os invertidos sexoestéticos e as mulheres disparêunicas. Esses belos nomes de heresias fazem pensar em uma natureza o suficiente relapsa para escapar à lei, mas autoconsciente o bastante para ainda continuar a produzir espécies, mesmo lá onde não existe mais ordem”. Cf. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. São Paulo: Graal, 2006, p. 51.

[29] Cf. ADAID, Felipe. Genealogia da Homofobia: Violência e Falocentrismo. Editora Prismas: Curitiba, 2018.

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Sobre o autor
Felipe Adaid

Advogado e consultor jurídico em Direito Penal e Direito Penal Empresarial no Said & Said Advogados Associados. Foi Diretor de Gerenciamento Habitacional da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e Primeiro Secretário do Conselho de Habitação do Município da Valinhos, SP. Mestre em Educação e Políticas Públicas pela PUC Campinas. Ingressou em primeiro lugar no mestrado e foi contemplado com a bolsa CAPES durante os dois anos de curso. Cursou disciplinas de pós-graduação na Unicamp. É especializando em Direito Penal, Processo Penal e Criminologia, pela PUC Campinas. Na graduação, tem 5 semestres de créditos no cursos de Psicologia, também pela PUC Campinas. Durante a graduação de Direito também foi bolsista de iniciação científica, CNPq, e foi monitor em diversas disciplinas, tanto no curso de Direito como no curso de Psicologia. Foi membro do grupo de pesquisa Direito à Educação do Programa de Pós-Graduação da PUC Campinas. É corretor de revistas científicas pedagógicas e jurídicas. É autor de 11 livros, sendo 3 ainda em fase de pré-lançamento, e organizador de outros 10 livros, além da autoria de 44 capítulos de livros publicados no Brasil, no Chile e em Portugal. É autor de mais de 100 publicações científicas, entre artigos científicos, resenhas e anais, nacionais e internacionais. Ademais, também escreve periodicamente ensaios e artigos para jornais e blogs. No âmbito acadêmico, suas principais bases teóricas são: Foucault, Lacan, Freud, Dewey e Nietzsche. Por fim, tem interesse sobre os seguintes temas: Direito, Direito Penal, Criminologia, Psicologia, Psicologia Forense, Psicanálise, Sexualidade, Educação e Filosofia.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

ADAID, Felipe. Discutindo sobre a efeminofobia. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5366, 11 mar. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/61443. Acesso em: 29 mar. 2024.

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