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Investimentos diretos brasileiros na América Latina

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11/09/2019 às 16:00
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4.  Considerações finais

Os investimentos diretos são a forma mais relevante de internacionalização produtiva. A proliferação de empresas transnacionais está intrinsecamente relacionada aos IEDs, os quais, durante muito tempo, eram originários apenas dos países desenvolvidos. O crescimento pujante de alguns países periféricos, somado à estagnação dos países ricos, possibilitou que grandes grupos empresariais de nações emergentes iniciassem processo relevante de internacionalização mediante investimentos diretos no exterior.

Os investimentos diretos brasileiros no exterior constituem, como no caso de muitos outros emergentes, fenômeno ainda incipiente. Embora a internacionalização produtiva das companhias brasileiras possa ser identificada em casos da década de 1970, pode-se considerar que esse processo tornou-se relevante, ainda que em situação adversa, apenas depois da abertura econômica promovida durante o governo Collor.

Conforme verificado no decorrer do trabalho, as multinacionais brasileiras optam pelo investimento no exterior por razões diversas, entre as quais se destacam: diversificação de riscos, o uso de vantagens específicas e antecipação à concorrência. No caso dos investimentos direcionados aos países da América Latina, o uso de vantagens específicas (técnicas e econômicas) e a antecipação à concorrência são os principais determinantes do investimento direto de empresas brasileiras.

Alguns países da América Latina constituem destinos relevantes de investimentos brasileiros no exterior. Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile e México podem ser considerados hospedeiros importantes de empresas multinacionais brasileiras, mesmo se considerado todo o universo de países receptores de investimentos diretos brasileiros.

Os países que mais atraem investimentos brasileiros na região são dois membros do Mercosul: Argentina e Uruguai. A proximidade geográfica, o arcabouço institucional da União Aduaneira, as semelhanças culturais, o intenso e tradicional fluxo comercial são os aspectos que determinam essa posição de destaque dos dois países. O Paraguai, apesar de membro do Mercosul, apresenta mercado interno pouco atrativo, instabilidade política e institucional, bem como ausência de recursos naturais relevantes em seus território, características que não favorecem os investimentos diretos de empresas estrangeiras.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que os investimentos diretos brasileiros na América Latina apresentam tendência de crescimento e de diversificação. Em análise prospectiva, a entrada da Venezuela no Mercosul, combinada com o potencial energético e com o mercado consumidor relativamente afluente do novo membro do bloco, pode favorecer a política de investimentos brasileiros para toda região norte do subcontinente, o que alteraria substancialmente as características dos aportes brasileiros na América do Sul.


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Sobre o autor
Mauro Kiithi Arima Junior

Bacharel em Direito e Relações Internacionais pela USP. Especialista em Direito Político, Administrativo e Financeiro pela FD USP. Especialista em Política Internacional pela FESPSP. Mestre em Direito Internacional pela USP. Doutor em Direito Internacional pela USP. Advogado, professor e consultor jurídico.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

KIITHI, Mauro Arima Junior. Investimentos diretos brasileiros na América Latina. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 24, n. 5915, 11 set. 2019. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/72715. Acesso em: 22 nov. 2024.

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