Enem 2015: a ruptura do preconceito

29/10/2015 às 03:45
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Em um momento em que o analfabetismo funcional e político, de grande parcela dos alunos das escolas do Brasil, clamam por um sistema educacional mais questionador e libertador, das velhas concepções fundamentalistas, o Ministério da Educação acerta.

           O Ministério da Educação deu um passo importante na luta contra o prejulgamento da sexualidade humana, ao promover um debate em nível nacional, contra o fundamentalismo religioso.  

         Oportuna a escolha da renomada escritora  e filosofa existencialista francesa - Simone de Beauvoir (1908 - 1986) - para iluminar a prova de Ciências Humanas e suas tecnologias, ao se questionar, principalmente junto aos mais jovens, que realizaram o ultimo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2015), a dinâmica da sexualidade humana.

             Para muitos de nós que sempre defendemos a igualdade de direitos, a liberdade de escolha, o respeito às diversas modalidades familiares e de amor, de fato, valeu a pena termos vivido, para ver uma das tantas importantes teses de Simone de Beauvoir, elencadas no Enem 2015, ao reforçar aquilo que sempre difundimos que ninguém nasce homem, mulher, hetero ou gay, pois somos frutos de uma série de fatores sociais, familiares, genéticos, etc., que nos conduzem a diversas experiências, pois a orientação sexual é dinâmica, não nasce pronta, não é algo estático, e, portanto, não pode continuar sendo vista, sobre o prisma do preconceito e fundamentalismo resultante, por exemplo, de interpretações doentias da bíblia, bem como de outros livros “sagrados”.

     Assim, relembramos que a família homoafetiva, por exemplo, é uma realidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, desde 2011, após o julgamento da ADPF 132 e ADI 4.277. Nesta esteira,  enquanto o Brasil for um Estado Democrático de Direito, nossa Suprema Corte vai continuar garantindo o respeito a esta e a outras modalidades familiares, por mais que certos inquisidores do Congresso Nacional defendam que família é apenas a pífia definição, restritiva, entre um homem e uma mulher heterossexuais.

           Viva a liberdade de expressão! Viva a igualdade de direitos! Abaixo ao fundamentalismo religioso!

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Sobre o autor
José Alves Capanema Júnior

Advogado, professor designado de Língua Inglesa, da rede Pública de MG.Pós-graduando em Direito Administrativo, pela Faculdade Pedro II, formado em Direito, pela Universidade de Itaúna - Estado de Minas Gerais.ELEITO MELHOR ESTAGIÁRIO DE DIREITO 2015 - UNIVERSIDADE DE ITAÚNA - MG

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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